Mesmo com a diminuição dos casos de dengue por conta da característica sazonal da doença, a Secretaria de Saúde de Santa Bárbara d’Oeste, por meio do Setor de Combate de Vetores do DVZ (Departamento de Vigilância em Zoonoses), realiza de forma ininterrupta no Município ações para vigilância e controle do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e de outras arboviroses. O serviço segue mesmo com a diminuição dos casos de dengue devido à característica sazonal da enfermidade. Entre as ações promovidas, os tratamentos químico e biológico figuram entre as ferramentas mais usadas para controle de mosquitos adultos e larvas.
Para o controle de mosquitos adultos em áreas de transmissão de casos, são realizados dois procedimentos: a nebulização com equipamento costal, na qual os agentes visitam os imóveis e realizam a aplicação de inseticida a partir do quintal, e a nebulização com equipamento acoplado a veículo, na qual o inseticida é lançado a partir da via pública. Desde o início de 2025, a ação de nebulização com equipamento costal atingiu 16.334 imóveis, em 97 áreas de transmissão. Já a nebulização com equipamento acoplado ao veículo atingiu 46.016 imóveis em 80 bairros.
Os equipamentos utilizados, tanto costal quanto veicular, atuam em ultra-baixo volume (UBV) e dispersam o inseticida em microgotas que ficam suspensas no ar. O período de ação do inseticida é de aproximadamente 20 minutos, o tempo médio em que as microgotas em suspensão levam para atingir o chão ou uma parede, momento em que perdem o efeito.
Em ambos os casos, o objetivo da ação é atingir os mosquitos possivelmente infectados que estão dentro dos imóveis. Assim, para que o procedimento tenha eficácia é importante que os munícipes abram portas e janelas, recolham cortinas, levantem lençóis, retirem roupas do varal e todo e qualquer barreira para a entrada do inseticida nos locais onde o mosquito fica: embaixo das camas, atrás dos móveis, embaixo das mesas, cômodos escuros, entre outros.
O controle de adultos com inseticida é chamado bloqueio de transmissão e visa atingir mosquitos infectados em áreas com casos confirmados de dengue. Não é uma medida de controle de mosquitos a longo prazo. Para controle da população de mosquitos é necessária a eliminação dos criadouros (recipientes com água onde se desenvolvem as larvas do Aedes aegypti).
Para o controle de larvas, além da retirada de criadouros, um outro procedimento que passou a integrar o rol de ferramentas utilizadas pelo município para combate ao Aedes aegypti é a dispersão de biolarvicida com equipamento acoplado a veículo. Desde o início desse ano, 33.975 imóveis foram atingidos por meio dessa ferramenta em 39 bairros.
Neste procedimento, o equipamento lança esporos de uma bactéria chamada Bacillus thuringiensis israelensis (Bti), que, em contato com a água, produz toxinas letais para as larvas do mosquito Aedes aegypti. Quando as larvas ingerem o produto, as toxinas atacam seu intestino causando a morte das mesmas em poucas horas. Apesar de letal para as larvas do Aedes aegypti, o produto não é tóxico para animais de estimação e seres humanos.
O lançamento de biolarvicida com equipamento motorizado atinge locais de difícil acesso aos agentes, como calhas, recipientes expostos à chuva e criadouros presentes em imóveis fechados. Além disso, o produto tem efeito residual de até 60 dias, portanto, permanece ativo por longos períodos.
Segundo o chefe do DVZ, Luiz Eduardo Chimello de Oliveira, os cuidados com os criadouros do mosquito devem ser mantidos ao longo de todo o ano, inclusive durante o inverno. “Com a queda das temperaturas, é natural que a presença de mosquitos adultos diminua, já que eles se tornam menos ativos em ambientes frios. Por isso, nesse período, as ações de nebulização são realizadas apenas de forma pontual, enquanto o foco se volta principalmente à eliminação dos criadouros. É importante lembrar que os ovos depositados pelas fêmeas durante o verão podem permanecer viáveis em estado de latência — uma espécie de hibernação — e eclodir rapidamente assim que houver contato com a água e o clima voltar a esquentar. Por isso, a eliminação dos focos de água parada deve continuar sendo uma prioridade mesmo fora do verão”, destacou o biólogo.
Orientações
A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste reforça que a participação da população é essencial e incentiva a receber os agentes de controle de endemias, que orientam sobre medidas simples e eficazes para evitar a proliferação do Aedes aegypti. Todas as ações são gratuitas e não há cobrança de taxas para nenhum serviço ou produto utilizado.
As orientações para a população são simples e podem salvar vidas:
- Utilizar tampas e telas para vedar baldes e tambores de armazenamento de água;
- Armazenar objetos em local coberto, ou descartar, de forma adequada, o material que não vai mais utilizar. O Município dispõe de Ecopontos e do serviço de coleta de resíduos regular;
- Limpar as calhas e caixas d'água;
- Não armazenar pneus e garrafas em local descoberto;
- Não deixar plantas na água, utilizando sempre vasos com terra;
- Verificar a drenagem dos vasos de planta, para que não acumulem água;
- Não utilizar pratinhos embaixo dos vasos;
- Evitar bromélias, em centros urbanos, pois elas também servem como criadouro de Aedes aegypti;
- Usar telas nas caixas d'água;
- Instalar telas mosquiteiras em janelas e portas;
- Limpar e fazer o tratamento adequado nas piscinas.
Em caso de sintomas como febre alta, dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, manchas vermelhas na pele e dores no corpo, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima e evitar a automedicação, pois alguns medicamentos podem agravar o quadro clínico.
Vale ressaltar que a pessoa também deve ficar atenta aos sinais de alarme para a dengue que incluem dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, queda abrupta na temperatura do corpo, sangramentos, agitação ou sonolência, choro persistente em crianças, tontura ou desmaio, pele fria e pálida, dificuldade de respirar e diminuição da quantidade de urina. Esses sintomas podem aparecer a partir do terceiro dia da doença e indicar agravamento do quadro. Neste caso, é primordial procurar o serviço de saúde imediatamente.
Para mais informações sobre as ações e serviços, os cidadãos podem entrar em contato pelo telefone (19) 3463.8099, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16 horas. O Departamento de Vigilância em Zoonoses está localizado na Estrada da Cachoeira, 1.365, no bairro São Joaquim.